sexta-feira, 15 de julho de 2016

Na expressão de tempo, não confunda "a" (preposição) e "há" (verbo haver)

Lídia Maria de Melo

O uso de "a" (preposição) e de "há" (verbo haver), na expressão de tempo, costuma suscitar dúvidas, embora não seja necessariamente uma tarefa difícil.

Para não se equivocar, observe as diferenças.

Quando uma pessoa deseja escrever que encontrará outra dentro de um determinado tempo, o enunciado deverá incluir a preposição "a". Desta maneira, por exemplo:

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Supressão do "r" final, do verbo no infinitivo, e do "u" final, no pretérito perfeito, altera sentido na escrita

Lídia Maria de Melo

Sabe o que chama minha atenção no diálogo do quadro abaixo? 
Quadro que viralizou em redes sociais.
O autor exclui o "r" final dos verbos no infinitivo.  Em vez de "beber", escreve "bebe", como no presente do indicativo. Em vez de "fumar", grafa "fuma". Em vez de "usar" e "transar", redige "usa" e "transa".
Esta é uma observação que venho fazendo há cerca de dois ou três anos.

Emprego do verbo "haver", no sentido de "existir", "ocorrer" e "acontecer", exige atenção

Lídia Maria de Melo

Conjugação de verbo impessoal sempre causa dúvidas. Por isso, é sempre bom recordar o assunto, para evitar má situação, principalmente no âmbito profissional.

O verbo "haver" é um exemplo.
Quando está no sentido de "existir", "ocorrer" e "acontecer", é sempre utilizado na terceira pessoa do singular, independentemente do tempo, do modo ou da forma. Isso se dá, porque, nesse  caso, ele não tem sujeito.

Então, jamais diga: "Houveram muitas situações". Pela norma padrão da língua portuguesa, ditada pelas gramáticas, o correto é: "Houve muitas situações".
  • Se for no tempo presente, use: "Há muitos casos". 
  • No pretérito imperfeito: "Havia muitas reclamações". 
  • No futuro do presente: "Haverá muitas queixas" (forma simples). "Vai haver muitas contestações". "Poderá haver muitas queixas" (formas compostas).
  • No futuro do pretérito: "Haveria muitas pessoas no local" (forma simples). "Poderia haver muitas pessoas no local" (forma composta). 
No sentido de "existir", "acontecer" e "ocorrer",
o verbo "haver" fica sempre na terceira pessoa do singular.
Na imagem, está conjugado indevidamente.


Na forma composta, o auxiliar segue a impessoalidade do "haver", que é o verbo principal. Nos exemplos acima, os auxiliares são: "poder" e "ir".  

Quando exerce a função de auxiliar, o verbo "haver" é flexionado, ou seja, é conjugado em todas as pessoas.
 Exemplo:
  • "Os funcionários receberam abono, porque haviam feito hora extra". (Nessa frase, "haver" é auxiliar de "fazer").

Quando tem outros sentidos (que não sejam "existir", "acontecer" e "ocorrer"), o verbo "haver" também é conjugado.
Esses sentidos são pouco usuais, mas na área de Direito costumam aparecer.

Fique atento. 

sábado, 9 de julho de 2016

Veja como abreviar as palavras "professor" e "doutor". Elas não terminam com a letra "o".

Lídia Maria de Melo

A abreviação da palavra "professor" é prof., segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras. 
A de "professora" é profª., com "a" no fim, porque "professora" termina com a vogal "a".
As mesmas regras valem para os vocábulos "doutor" (dr.) e "doutora" (dr.ª).
Abreviação correta de professor.

Abreviação correta de professora
Nos últimos tempos, virou uma febre incluir indevidamente um "o" no final de prof. e de dr..
Pessoas gabaritadas têm cometido essa impropriedade e acabam criando seguidores.
Porém, esse "o" não existe na abreviação de "professor" e "doutor", afinal a palavra correta não é "professoro", nem "doutoro".

Abreviação errada de professor.

Abreviação errada de professor.
Em 2013, uma peça de teatro, protagonizada pela atriz Jandira Martini, mostrava as duas formas corretamente escritas em seu título. Então, siga o exemplo:


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Esta postagem foi originariamente publicada por mim no Blog da Lídia Maria de Melo  em 1.º de junho de 2014.
Se tiver alguma dúvida, deixe sua pergunta ou seu comentário.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Bilac deu à língua portuguesa o apelido de "última flor do Lácio"

Lídia Maria de Melo

Na região do Lácio, na Roma antiga, falava-se o latim vulgar, língua dos povos incultos: soldados, camponeses e pessoas sem título de nobreza. Nobres e intelectuais expressavam-se com o latim clássico, enquanto os integrantes do clero usavam o latim eclesiástico.

Quando os romanos chegaram à Península Ibérica, no século III antes de Cristo, levaram com eles o latim vulgar, que se misturou ao idioma local, originando assim um substrato, a língua celta. Após a queda do Império Romano (Século V d.C.), desenvolveu-se o dialeto denominado galego português.

Aí está, pois, o berço do idioma que falamos atualmente, tanto no Brasil, quanto em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé  e Príncipe e Timor Leste, além das localidades Goa (Índia) e Macau (China).

A denominação Flor do Lácio surgiu com o primeiro verso do poema "Língua Portuguesa", do brasileiro Olavo Bilac (1865-1918), que assim diz: " Última flor do Lácio, inculta e bela". Com a perífrase, o poeta faz alusão ao fato de a  língua portuguesa ter sido o derradeiro idioma neolatino criado a partir do latim falado pelos soldados da região do Lácio.

(Se desejar, deixe seu comentário).